sexta-feira, 30 de junho de 2017

Desde o inevitável, necessário e urgente, "Temer",e o Brasil depois?

 


Século XXI momento crucial da história política do Brasil, resumo de uma luta de classe que passou por dois processos de profundos traumas desconstitutivos nos últimos 50 anos: Ditadura militar (1964-1985) e Período Populista (2003-2016), Na primeira situação, o movimento popular Brasileiro adere desde vários setores provenientes dos campesinos sem terra, intelectuais, artísticos culturais e dos Movimentos urbanos, aos estímulos originados pelas referências ideológicas de rápida expansão pelo continente Latino-americano. A influência do campo Soviético na disputa por territórios satélites contra o imperialismo de EEUU e seus aliados (guerra fria ) e o resultado vitorioso do ano 1959 da Revolução Cubana, converteram-se em fatores catalizadores de grande ameaça para os setores de reminiscência feudal latifundiária e conservadores dos extratos Burgueses. Sem descontar os futuros interesses previstos desde os macro poderes imperialistas eurocentristas. 1964 a resposta dos setores ameaçados com o apoio da CIA instala o sistema ditatorial, desencadeando a multiplicação do modelo por toda América do sul com a participação integrada da proposta desde Chile denominada “Operação Condor"(1970-1980). Esta tentativa do movimento popular Brasileiro sofre uma derrota ideológica de corte profundo a qual ressurgiria anos depois desde os setores sindicais e os movimentos campo-cidade com o apoio dos setores intelectuais artísticos e pastorais da teologia da libertação, sob uma proposta na disputa por dentro das urnas dos poderes institucionais. A fundação do PT como ferramenta aglutinadora foi constituída por diferentes matizes ideológicos do campo das esquerdas com supremacia de setores reformistas de conteúdo Marxista com discurso moderado, o que permitiu transpassar a osmose dos setores das capas médias e ganhar seus apoios. Estratégia que concretizaria as intenções construídas na assunção via elecionaria com Lula (2003) como principal referência proveniente das categorias sindicais metalúrgicas do ABC Paulista. Ao que se soma uma onda de modelos semelhantes pela América do sul denominadas Progressistas.
As expectativas geradas na toma da presidência por um ex-obreiro metalúrgico de grandes lutas sindicais, acompanhado de figuras provenientes de grupos da guerrilha exemplo a VAR-Palmares e a guerrilha de Araguaia, reativaria para os setores ideológicos da esquerda no Brasil e América do Sul, as esperanças de reabrir e instalar no flamante cenário pós ditadura, o debate ideológico de classe. Desde os Movimentos populares com referência histórica do campo e da cidade começaram a surgir estratégias de formação política popular e ações diretas com tendência de pressionar a interna numa projeção acelerada no campo das reformas previstas pelo projeto político no poder. Em traços gerais as esperanças foram desvanecendo paulatinamente e fragmentando a interna ideológica de perfil revolucionário, que acatou criticamente desde adentro ficanando refém da convicção que debilitar o governo seria ceder espaços a oposição conservadora histórica.
Nessa contradição, a flexibilização politica institucional do projeto governista foi um atrativo convite para o campo das conciliações com o liberalismo conservador e o oportunismo crescente desde suas internas.
Situação reiterada nas três esferas assinalando a desconstrução total das expectativas de impor o debate ideológico de classe, o que com o tempo foi se conformando numa réplica do sistema tradicional com os agravantes que acusam desde a origem do projeto.
As correntes de opinião e apoio das bases populares organizadas ideologicamente forem substituídas pela opinião de grandes setores da população esperando ser beneficiada por projetos sociais embrionários que não passariam do nível assistencialista seletivo com finalidade eleitoreira, ao igual que a função da militância ativa, partidária e aliada, transformada em funcionários para atender o novo sistema de controle burocrático. O qual conto em muitos casos com a cumplicidade de referências históricas dos movimentos, ajudando no desmantelamento programático de históricas lutas. Na realidade a injustiça social continuou seu trânsito de impunidade com zonas de agravamento referentes ao avanço do agronegócio, conflitos étnicos e sobre a população urbana no pronunciado extermínio da juventude negra periférica. O evidente desgaste deste tipo de política começa a mostrar sus efeitos terminais a partir do primeiro governo Dilma Rousseff com o crescimento do setor legislativo representando os interesses do agronegócio e dos grupos conservadores que fizeram um profundo aproveitamento dos vazios sociais, fruto do abandono ideológico no processo instalado.
Ditos sintomas do período mencionado afloram claramente no transcurso elecionário e na composição da proposta a reeleição (2014) D.Rousseff, Michel Temer, como última e desesperada tentativa de se preservar no poder. Assim mesmo de forma conflitiva se consegue o segundo mandato, mas já estava confirmada que a fórmula aplicada nesta contenda reafirmaria historicamente a distância abismal não só do projeto fundacional senão da simpatia da massa popular, que chegou a ter um 70% no segundo governo Lula.
Daí em mais a República artificial do Lulismo se converteu no Big bang da corrupção Brasileira transcendendo na área internacional, tendo como resultado o derrocamento (2016) de Dilma Rousseff por duvidosas ações administrativas. Nada novo sob o sol na história do Brasil.
a assunção do vice presidente Michel Temer, pertencente ao PMDB antigo partido sócio dos governos Lula, com progressivo posicionamento tático por dentro dos mandatos Petistas, não o eximiria de sofrer disputas internas contrárias a estratégia maioritária do partido o que debilitaria ainda mais sua imagem antipopular no desenvolvimento de seus planos no poder executivo. Para agregar outra visão neste processo, a fragmentação dos partidos de grande porte eleicionário foi moeda corrente, alcançando recordes históricos pelo volume de lendas minoritárias, se incluindo nas disputas como um poder ativo muitas vezes decisivo dentro do parlamento com seus votos de apoio segundo seus interesses. Situação esta utilizada habilmente pelo governo Temer com a ação deliberada por trocas de cargos e favores com o fim de controlar a oposição fragmentada na que se somaria o ala do Neoliberalismo PSDB.
Todo este cenário de corrupção real que se manteve camuflado desde a formação da república, ao parecer está chegando a seu fim, arrastando as  estruturas tradicionais dos infalíveis mestres da jurídica constitucional burguesa e seus aparatos políticos parlamentares corruptos. Um prato servido para o Neoliberalismo corporativo e seus aliados quinta coluna, onde não se vislumbra alternativas referenciais possíveis, confiáveis e capazes de aglutinar e combater, rumo a emancipação dos oprimidos.
A pergunta para nós, os de baixo desde o inevitável, necessário e urgente, é: "Temer", e o Brasil depois?


 Um abismo de incertezas que passa por nossas cabeças numa terra, paraíso das injustiças onde Deus não compareceu e as revoluções passaram sem ser ouvidas


                                                         TACUABE REBELDE

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